21 de mar. de 2013

Suicídio na Adolescência




O paradoxal nas situações de suicídio na adolescência, é que, na maioria dos casos, trata-se de uma solução definitiva – a morte – para problemas que, em grande parte, são temporários e ligados aos impasses da experiência adolescente.

Definição, incidência

Podemos considerar o suicídio como um acto do indivíduo em relação a si próprio, de grau de consciência
variável, com possibilidade de provocar dano físico e que, em determinadas circunstâncias, pode ser letal, de modo que, é potencialmente perigosa a sua execução, quer pela intencionalidade auto destrutiva subjacente ou pelo desconhecimento do indivíduo sobre os riscos a que se expõe. As suas motivações situam-se no espectro que vai desde o desejo de acabar com a própria existência, até ao desejo de, com o acto, modificar o ambiente sócio familiar.


Incidência

A maior incidência situa-se na faixa entre os 15-24 e o maior número de tentativas ocorre no sexo feminino, já que as adolescentes utilizam métodos menos letais, como o auto envenenamento. No sexo masculino, o índice de tentativas levadas à cabo é maior, pois buscam mecanismos mais violentos como armas de fogo, por exemplo.
Em termos absolutos, o número de suicídios é bem menor do que a quantidade de mortes por acidentes com automóveis na mesma faixa etária. Entretanto, estas mortes representam uma forma importante de perturbação do comportamento.

Algumas causas e como ajudar

Para obtermos uma resposta mais clara a esta pergunta é necessário um conhecimento maior sobre as
perturbações do desenvolvimento que conduzem a este sério distúrbio psicológico.

Ainda não sabemos com clareza quais os factores ou combinação de circunstâncias que conduzem um jovem a tomar a decisão de atentar contra a própria vida e isto deve-se ao facto de que o indivíduo envolvido muitas vezes não é avaliado antes de tomar a atitude definitiva. As informações obtidas junto de familiares e amigos nem sempre são fidedignas, pois os mesmos, muitas vezes nem sequer suspeitam da possibilidade do suicídio e os seus depoimentos são fortemente envolvidos por sentimentos pessoais.

A tentativa de suicídio é um “grito” de socorro de alguém que se encontra com um imenso sentimento de
frustração, impotência e desespero.


Assistência ao adolescente em risco de suicídio:

O jovem com tendências suicidas necessita de atendimento imediato por profissionais com experiência. Deve ser levado muito a sério e tratado com atitudes não críticas e não julgadoras. Nesse momento ele não necessita de sermões, discussões, atitudes moralistas e preconceituosas.

O jovem que ameaça ou tenta o suicídio revela um completo colapso nos seus mecanismos adaptativos, a depressão é um dos mais importantes factores envolvidos no risco de suicídio e pode ter causas biológicas, hereditárias e psicossociais. O jovem deprimido confia pouco ou nada em si mesmo, apresenta baixa auto estima, experimenta alterações no apetite e no sono e culpabiliza-se com frequência. 

Auto desvaloriza-se, atribuindo às experiências menos gratificantes alguma falha pessoal. Tem uma visão negativa do futuro e sente que as suas dores e frustrações não serão aliviadas. Estes sentimentos levam a graves prejuízos, quer na saúde, quer nos seus relacionamentos interpessoais e rendimento escolar.

O tratamento poderá incluir terapia familiar, psicoterapia e o uso de medicamentos anti depressivos. Em alguns casos, o isolamento temporário do meio familiar pode ser necessário.

Factores desencadeantes e sinais de alerta

A tentativa de suicídio ou o suicídio em si não têm uma causa específica, mas sim um conjunto de factores que actuam concomitantemente com transtornos emocionais importantes. Apresentamos alguns fatores que podem agir como desencadeantes:

- Crise de identidade. – Baixa auto-estima. – Distúrbios psiquiátricos (depressão). – Crises familiares (separação dos pais, violência doméstica, doença grave ou morte). – Falta de apoio no meio familiar. – Perda de um familiar ou amigo querido. – Crise disciplinar com os pais ou na escola. – Situações de desapontamento, rejeição ou humilhação. – Rompimento com o namorado ou namorada. – Fracasso em actividades valorizadas pelo(a) jovem. – Exposição ao suicídio (média, família, comunidade). – Suicídio recente de amigos ou familiares. – Falta de esperança. – Abuso físico e sexual. – Abuso de drogas. – Gravidez indesejada.

Sinais de alerta:

A maioria dos adolescentes que tentam o suicídio ou o levam a termo, demonstram a sua intenção de alguma forma:

Sinais verbais:
- Não quero viver mais. – A vida não tem mais sentido. – Deixarei de ser um problema. – Em breve deixarei de sofrer. – Gostaria de morrer. – Ninguém se importa se estou vivo ou morto.

Desenhos:
- Planeamento – Inventário dos bens. – Ritual de despedida (cartas, e-mails, etc.)

Comportamentos na escola:
- Baixo rendimento, absentismo, pouca concentração. – Alterações de humor e comportamentos rebeldes repentinos. – Abordagem de temas sobre a morte. – Perda de interesse em actividades antes prazerosas.

Comportamento interpessoal:
- Abandono das relações habituais, mudanças repentinas nas relações, evita envolvimento com amigos e encontros sociais. Os adolescentes que apresentam um quadro depressivo e repentinamente melhoram devem ser observados com atenção, principalmente se demonstram algumas atitudes acima descritas, como o inventário de bens. Esta súbita alegria pode ser devida ao facto de concluírem que não têm outra saída e que encontraram a solução para os seus problemas – o suicídio.
http://www.psicoastro.com/

Em Cristo esta a única esperança, pois Ele é o caminho, a verdade e a Vida!

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